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No passado dia 21 de março, a Biblioteca Escolar do Externato de Vila Meã, recebeu, mais uma vez, o escritor José Gonçalves para uma conversa com alunos do Ensino Secundário, em torno do processo de escrita, partindo dos temas que aborda na sua obra “nunca é tarde para o mar não deixar secar”, seguida de um tríptico dedicado ao mar e aos direitos humanos.
No âmbito das comemorações do Centenário de Nascimento da escritora Agustina Bessa-Luís o Externato de Vila Meã aceitou o repto da Câmara Municipal de Amarante e os alunos do 9.º D lançaram mão à obra.
No dia 22 de março, esta turma compareceu na Biblioteca Municipal Albano Sardoeira para ver reconhecido o trabalho de alguns discentes.
Assim, na categoria de expressão plástica os alunos: Diogo António da Silva Carvalho e Rafaela da Silva Pinheiro ganharam, respetivamente, o 2.º e 3.º prémios.
A escola congratula os alunos vencedores e a professora envolvida pelo seu empenho e dedicação neste concurso.
2.º Ciclo
Ser amigo…
Ser amigo é estar presente tanto nas celebrações como nos momentos de dor.
Ser amigo é escutar ativamente e com sincera e empatia.
Ser amigo é compreender sem julgamentos precipitados nem críticas destrutivas.
Ser amigo é criticar pela frente e defender pelas costas.
Ser amigo é mais do que perguntar “estás bem?”, é aparecer e sussurrar “estou aqui para ti”.
Ser amigo é reconhecer as falhas, mas destacar as virtudes do outro.
Ser amigo é ser cúmplice, confidente e dividir as alegrias e as tristezas.
Ser amigo é abraçar demoradamente, é puxar pelo outro, é carregar a bateria de energia positiva, é desejar o bem e ficar feliz com cada degrau que ele sobe na vida.
Ser amigo é ajudar a levantar (depois de uma queda) e é gritar “força” (para dar coragem).
Os amigos olham-se com um brilho no olhar, reconhecem-se pela energia e criam laços para a vida.
Um amigo é uma estrelinha que podes não ver, mas sabes que está lá!
Um amigo é um irmão que a vida te oferece e tu deves estimar para sempre.
Bom é saber que o tempo passa, mas os amigos verdadeiros ficam…
Todavia, alguns perguntam: “Porque não tenho amigos?”
É simples: Para TER amigos é preciso SER amigo e isso faz toda a diferença.
Sê amigo e a vida te trará bons, leais e grandes amigos.
Formadora Voa Voa
3.º Ciclo
Hoje, vamos ler uma crónica, escrita por Ricardo Araújo Pereira, um humorista por demais conhecido, que reflete sobre as decisões precipitadas dos nossos governantes. Oiçam com atenção.
Nem 30 nem 300
Assim que o Governo anunciou a intenção de reduzir para 30 quilómetros por hora o limite de velocidade nas localidades, várias pessoas reclamaram: “Só?! É muito pouco!” E vários habitantes de Lisboa e Porto disseram: “Tanto?! Quem me dera. Quando circulo em hora de ponta raramente passo dos cinco à hora.
Parece ser uma daquelas ideias que indispõe toda a gente. Os automobilistas das grandes cidades já estavam condenados a engonhar por causa dos engarrafamentos, e agora passam a ter de engonhar também por causa da lei.
Como sempre faço antes de me pronunciar sobre qualquer tema, levei a cabo um profundo estudo sobre esta medida e, durante a semana, experimentei andar por Lisboa a 30 km/h.
O balanço foi extremamente positivo para a minha segurança e a de todas as pessoas com as quais me cruzei, e extremamente negativo para a reputação da minha mãe, sobre cuja suposta atividade profissional ouvi muitos comentários.
Tirando ter de suportar a azeda animosidade dos seus concidadãos, o automobilista que circula a 30 só recolhe benefícios. A esta velocidade é perfeitamente possível ir adiantando o jantar, no caminho para casa. Ou ler um livro. Obtém-se uma nova tranquilidade, muito rara na vida urbana.
Uma vez experimentei meter a terceira mas o carro não aguentou. Faz-se o caminho todo em segunda e não é preciso estar a mexer na caixa de velocidades.
Dois funcionários da EMEL tentaram multar-me porque não perceberam se eu estava estacionado ou a andar.
Fui ultrapassado por praticantes de running (que é, aliás, o antigo jogging. Trata-se de correr, na verdade, mas em estrangeiro).
Pessoas que iam a pé no passeio pensaram que eu estava a segui-las sinistramente e atiraram-me frutas ao para-brisas. Foi uma experiência repleta de novas sensações.
A medida parece integrar-se num pacote abrangente que pretende criar um novo tipo de português que não fuma, não bebe refrigerantes, não come rissóis nem sandes de presunto nas cantinas hospitalares e conduz a 30 à hora.
Em princípio, nunca mais um português morrerá. A não ser de tédio. Mas, ao que tudo indica, o tédio também será proibido muito em breve.
Ricardo Araújo Pereira, in Visão 1299, de 25 de janeiro
Secundário
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."
Fernando Pessoa
2.º Ciclo
No dia 21 de março comemora-se o Dia Mundial da Árvore ou da Floresta com o objetivo de sensibilizar a população para a importância da preservação das árvores, quer ao nível do equilíbrio ambiental e ecológico, como da qualidade de vida dos cidadãos.
Neste mesmo dia, celebra-se também o Dia Mundial da Poesia para enaltecer a diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, da criatividade e da inovação, através da arte de brincar com as grafemas.
A Biblioteca associou estas efemérides e selecionou poemas de autores portugueses que evocam a relação do homem com a natureza. Aproveitando o impulso de renovação da Primavera, escolhemos poemas que, ao sugerir ambientes e paisagens, alteram estados de alma.
Para celebrarmos esta data, solicitamos a vossa visita à Feira da Planta e deixamos aqui um poema para que seja declamado pelo professor ou por um aluno da turma.
Primavera
As heras de outras eras água pedra
E passa devagar memória antiga
Com brisa madressilva e primavera
E o desejo da jovem noite nua
Música passando pelas veias
E a sombra das folhagens nas paredes
Descalço o passo sobre os musgos verdes
E a noite transparente e distraída
Com seu sabor de rosa densa e breve
Onde me lembro amor de ter morrido
- Sangue feroz do tempo possuído.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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